quarta-feira, 31 de agosto de 2011

do meu sangue..


Hoje sinto-me um pouco cansado, preciso de roubar um dos teus pensamentos, daqueles com dias de sol, com dias mais felizes, mais felizes do que este, eu até podia tirar tudo de mim, a roupa, o cabelo, o estilo de roupa, o telemovel, tudo o que faz com que os outros me definam, mas não consigo tirar a minha personalidade, a minha maneira de pensar, falar, olhar, tudo o que eu proprio faço com que me definam, consigo suportar uma lagrima de tempos a tempos, mas não consigo sequer pensar mesmo em seguir a minha vida sem ti, isso é também uma das coisas que eu não quero nem consigo deixar de ter, sei que a minha situação é patética, eu próprio o sei, és como a minha mais forte tentação, estou tal e qual como um viciado em droga, que não consegue deixar o que mais o destroi, e sinceramente, aquela imagem que toda a gente tinha de mim, a sorrir, contente, e feliz, está-se a partir, pedaço a pedaço, deixando para trás tudo o que eu era, e começando a força um novo capitulo da minha vida, uma nova faceta da minha pessoa, e tu fazes parte, es como um raio de sol no meio do nevoeiro, quente e brilhante, és como um vicio, adoro tudo o que fazes, o calor, as sensações, os sentimentos, os olhares, os pensamentos semelhantes, quase iguais, é como se tu fosses um clone meu colocado aqui de propósito para uma razão qualquer, alguem colocado nesta dimensao para me proteger, e para ser aquela que talvez consiga perceber o que eu sou e quem eu sou, es tudo o que eu sempre quis numa pessoa do meu sangue, quero que sejas minha irma. (dedicado :) a Neuza Rodrigues)

sábado, 27 de agosto de 2011


A tua presença ainda paira no ar, ainda está aqui o teu cheiro, como se simplesmente desapareces no ar, ainda entraste sem eu saber e saiste sem eu querer, e deixaste-me aqui a precisar de ti, sem conseguir respirar, como se me estivesse a afogar, como se eu estivesse, simplesmente a ver alguém me sofucar, sem sequer oferecer resistência, sem querer oferecer resistência, talvez por loucura, é porque todo o ser vivo quando a ser sofucado luta para sobreviver, mas será que sou o unico que nao quer sobreviver neste maldito mundo? no meio de seres que se dizem superiores? neste mundo cinzento que perdeu a cor durante todos estes seculos, entre um mundo cinzento, e um universo desconhecido, preferia viver la fora, no vazio, sem dor, sem nada de nada, só eu, e os meus pensamentos e memórias, viajando através das estrelas, vendo-as morrer, e nascer novamente, tendo-as como minhas únicas amigas e companheiras, sem me apaixonar por elas, sem que estas me magoem, sem nada de sensações, sem mais do que os olhos conseguem ver, sem pensamento lógico, sem raciocinio, nada, quero apenas isso um lugar onde nada se sinta, onde não se sinta dor, onde nao haja nenhum destes seres que me rodeiam que me querem tornar num deles, tornar no que eles definem como normal, mas no que eu acho totalmente repulsivo, e assustador, e nisto tudo, eu sufoco, e morro, mentalmente, torno-me num corpo vazio, sem cor, cinzento, tal como este mundo, morri por dentro, cerebro, coracao, tudo, apenas os meus musculos se mexem controlados por uma vontade estranha e desconhecida de encontrar algo, algo diferente, algo que todos apenas sonham em encontrar por isso continuo, vagueando pelos confins da minha mente vazia e negra. Apenas imaginando a tua miragem ao fundo da estrada, e continuando, movido por ti.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

alguém semelhante a mim

(Nota: este texto foi pedido pela Tamára Carrulo, e é inteiramente dedicado a ela.)
Isto passa-se num dia normal, em que toda a gente vive a sua vida, indo trabalhar, voltando para casa, vivendo para sobreviver, eu nao vivo assim, simplesmente estou à espera, adaptei-me a vida em Londres, estranhamente, o mesmo nao posso dizer do meu cão, passa os dias a janela desde que saímos de casa, como se algo faltasse, estou tão dormente por dentro que sinceramente nao sei a diferença entre dor e prazer, para mim e tudo o mesmo, e enquanto estou aqui na cama, com um coração partido em dois, sem conseguir sentir absolutamente nada, lembro-me da primeira vez que te conheci, ficamos a beber a noite inteira e a falar sobre coisas parvas, das quais eu já não me recordo, apenas me lembro de rir muito, lembro-me de me sentir bem, feliz, lembro-me de sentir, nisto tudo, agarro na garrafa de Jack Daniels, e dou por mim a beber, e a sentir pena de mim, por sentir a tua falta, ficando de pé até altas horas da noite, porque tu não sais do meu pensamento, e tendo a sensação que é a primeira vez que me apaixono, sem saber o que fazer, fazendo tudo errado, e tomando todas as decisões erradas, como alguém que se apaixonou pela primeira vez na vida, sinto mesmo a falta do teu toque, do teu egoismo, das tuas maneiras estupidas que tinhas de me fazer sorrir, mas estou aqui a ouvir uma música que nunca ouvi na vida, e sinceramente todas as músicas me fazem vir memórias nossas à cabeça, nada é igual desde que te foste, a casa parece mais vazia, maior, e mais escura, até tenho medo de caminhar nos corredores sozinho, por vezes, e sinceramente, preciso que me segures, porque não consigo ultrapassar as tuas memórias, não há nada que eu possa ou consiga fazer, estou completamente apaixonado por ti, tu completas-me não com o que és, mas com o simples facto de existires, por iluminares a minha vida, o meu dia, cada segundo contigo posso dizer que é nada menos que perfeito, excelente e não trocaria nada disso por nada do mundo, preciso de ti aqui novamente...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

estado de espirito



já passou algum tempo desde que te vi, muito, demasiado, talvez seja impressão minha mas também talvez seja pelo facto de uma minuto parecer um ano, pelo menos quando não estás comigo, e juro que quando estou contigo, quase que vejo tudo a passar-se a minha frente, como se eu estivesse parado no tempo, parado neste silêncio ensurdecedor, num silêncio que me consome a alma, num desejo que no meio deste silêncio a tua imagem aparecesse no meu pensamento, apenas a tua expressão, a maneira como os teus lábios ficam quando tu sorris, quando ris a gargalhada, a maneira que tens de me fazer rir, e eu sem saber o porque disso, eu odeio o quanto gosto de ti, odeio mesmo, odeio o teu cabelo, os teus olhos, os teus labios e ate o teu sorriso, odeio isso tudo, mas, pelo facto de isso tudo me fazer sentir saudades tuas, saudades das tardes passadas na praia, ou no cafe, tu a dizer coisas estupidas para fazer rir quem quer que seja que esta a tua volta, és perfeita por natureza, um ser superior que não pode nem nunca vai poder ser comparado comigo, um mero mortal, que vagueia pelas profundezas da minha própria mente, hipnotizado pela tua grandeza, pela tua mera existência, pela tua capacidade de ser tao grandiosa, pela tua beleza exterior, tanto como interior, e pela tua distinção destes seres comuns, e obsoletos, e aqui estou eu novamente sentado no jardim, o meu local preferido, a minha zona de conforto, olhando para o céu, à espera que chova, à espera de algo tão perfeito como as gotas de água a cair do infinito cinzento para o qual eu olho em transe, no qual eu vejo a tua imagem estampada, o qual me dá conforto, e o qual me dá paz, coisa que neste mundo poucos conseguem atingir, coisa essa que eu atinjo sem sequer aperceber-me, quase como que automáticamente, não me considero de maneira nenhuma um ser superior, eu sou, sim, um ser diferente, algo de outro mundo que foi deitado, desprezado neste canto do universo, sentado na relva, à chuva, no meu estado de transe, na minha zona de conforto, sentindo calmamente cada gota, como se estivesse fora do meu próprio corpo e conseguisse sentir tudo a minha volta, como se conseguisse, ser tudo o que o ser humano foi feito para ser, como se conseguisse ser livre. (dedicado a nicola, porque ela quer ser menos humana, tal como eu)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

inexplicável..



meditação, não faço ideia do que isso é, dizem ser bom para o ser humano, nunca experimentei, não sei, talvez me ajude a relaxar, talvez me incomode, talvez seja como quando me sento no relvado a olhar para o ceu as 4 da manha num sabado, penso sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo, olhando para uma estrela que pode ja nem estar la, uma estrela que provavelmente desapareceu, consumida pela imensidao do universo, tal como eu, que fui tambem consumido pela imensidão desta civilização cinzenta, e morta pela sua própria cultura, e pela sua própria existência, mas entretanto começa a chover, e eu aqui sentado, a pensar, fecho os olhos e vejo silhuetas, vejo como se estivesse com os olhos abertos, uma visao? miragem? sonho? nao faço a mais pequena ideia do que isto é, mas vejo chuva, a cair, claramente como se estivesse de olhos o mais abertos possivel, e vejo as silhuetas de algo que se assemelha a seres humanos, a moverem dum lado para outro, como que a tentar encontrar algo, como que perdidos, estou a ficar cada vez mais encharcado, oiço as gotas a cair desde o telhado, sinto cada gota no meu corpo, invejo as borboletas, vivem em liberdade, quem me dera sentir assim, em vez de estar aqui preso neste corpo, com todas estas limitações e fragilidades, com estes medos e precauções, sem liberdade como um pássaro preso numa gaiola, seja ele qual for, irá tentar fugir, por mais que não o demonstre, o seu instinto irá levá-lo sempre para fora dessa jaula que o prende, tal como eu, excepto que ainda não encontrei a saída desta civilização que me prende, desta humanidade doentia e bizarra, que faz tudo para me transformar num deles, e que tentam a todo o custo que eu seja mais uma aberração, mais um ser repulsivo, mais um ser cinzento, sem brilho, consumido pela minha própria existência, mas não, nem pensar, eu serei um ser diferente, algo de novo que nunca ninguem viu, um ser que já encontrou tudo o que os outros procuram, mas que quer encontrar tudo com o que os outros apenas sonham. Um ser que irá tornar-se algo simples mas ao mesmo tempo complexo, para além da compreensão destes seres humanos obsoletos, e repulsivos.

sábado, 6 de agosto de 2011

num mundo aparte..


vários dias já passaram, e está tudo na mesma, não que isso seja algo bom, muito pelo contrário, tenho andado esquecido, até mesmo apagado deste mundo, que mais parece uma espécie de dimensão paralela, uma cópia barata duma existência anterior, algo cinzento, grotesco e feio, algo que nem deveria existir, eu tenho andado a pensar demasiado ultimamente, a sonhar demasiado, sou um ser sonhador preso numa realidade onde os sonhos são esmagados, e cada dia vejo-me cada vez mais preso, nesta jaula horrivel, da qual quero escapar, preciso de sonhar, imaginar, preciso de sentir com a minha mente, mas ultimamente a minha mente tem andado a deriva nas profundezas dela própria, numa neblina assustadora na qual eu me perco.
Mas seja qual for o caminho que eu escolha, acabo por ir dar ao mesmo destino, tu, és o enigma para o qual não tenho a resposta, a porta para a qual não tenho a chave, e sinceramente começo a ficar assustado, porque são demasiadas perguntas sem resposta, são demasiados porquês, e os dias passam e cada segundo de cada minuto que eu conto, fico cada vez mais afastado de tudo, torno-me numa ilusão deste universo, cada vez mais, com cada palavra, cada olhar teu, torno-me cada vez mais apagado, mas curiosamente és tu que impedes que me apague na totalidade, és o meu veneno, mas a minha cura simultaneamente, é estranho, é estranho como tu chegaste a dentro de mim com tamanha facilidade, e também a invulgar a maneira como com apenas algumas palavras me fazes mudar completamente de perspectiva, não vou dizer pessoas, porque pessoas não agem assim, e não acho que os seres humanos sejam considerados pessoas sequer, portanto, és dos poucos seres vivos, que realmente me conhecem, e para os quais o interior que possuo falou mais alto do que tudo o resto, é por isso que me sinto assim, transmites me calma, mas ao mesmo tempo assustas-me, pela facilidade com que me fazes mudar, e pela facilidade com que tu conseguirias manipular a minha mente se quisesses, mente essa que continua presa nela mesma por causa de uma memória tua...