quinta-feira, 15 de setembro de 2011

palavras..





Não sei como, mas deixei de viver, não sei em que ponto, não sei quando, cheguei a um ponto em que até respirar dói, viver para mim é impossível, mal consigo existir, mas dificilmente, o faço, gostava de poder viver sem sentimentos, sem os atrapalhos do que sinto, sem pensar demais sem ter dúvidas, nunca o experimentei, nas gostava pelo menos uma vez, tirar os meus sentimentos, como quem tira um componente de uma maquina qualquer, mas sem isso não sentiria o que sinto por ti, não pensaria em ti da maneira como o faço, e não ficaria apaixonado pela tua simples existência, o simples facto de tu seres tu, contagias-me com tudo o que te faz ser tu, deixas-me doente, sinto a minha visão queimar, e a minha memória ficar mais fraca, sinto o meu corpo enfraquecer e a respiracão fica cada vez mais dificil, estou doente, preciso de ti, da paz que me dás, e preciso de acordar deste sonho que me prende, que me impede de ver-te, sentir-te, e dar tudo o que eu posso dar-te em troca de um sorriso, de um olhar teu, do mais pequeno e remoto indicio de felicidade, ainda que momentanea, e mais uma vez, para não fugir a minha própria banalidade do dia-a-dia, estou outra vez sentado a varanda e a pensar em ti, sentado na cadeira com uma chávena de café numa mão e o telemóvel na outra, ainda com a tua última mensagem, e apesar do desejo de ver-te, continuarei no meu abstraccionismo de idéias sobre o que fazer em relação a este sofrimento isolado, com o meu único conforto sendo o café quente, e esta cadeira, dentro da minha zona de conforto, a tua espera.. como um cão fiél, esperando o seu dono, de repente dou por mim, espantado para o céu, falando sozinho, contando a minha vida para o nada, todos este sentimentos que deixo aqui no ar, todos estes pensamentos, todos os erros que a minha vida pode e poderá aguentar,  deixo-os aqui na esprança que os vejas, ou oiças, estas palavras, digo-as esperando que me oiças, e desejando que estivesses a fazer o mesmo que eu, falando para o céu, também na esperança que eu te estivesse a ouvir, e a desejar que eu te respondesse..

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

o teu luar..


As tuas fotos, as tuas mensagens, o simples sufoco da tua existência, o frequente "não posso nesse dia" deixam-me cada vez mais passado da mentalidade, não sei o que fazes, nem sei como és realmente, és como o meu maior vicio, és como algo que me prende e ao mesmo tempo me pode libertar, e como faço sempre, sento-me na varanda a olhar para o céu, calado, calmo, em completa paz, tal como o luar, com a sua estranha paz, e a sua calma arrepiante, sinto-me estranho, quero simplesmente ver-te, por um momento apenas, cruzar o olhar contigo, ou apenas saber da tua existência, saber o porque da lua se parecer tanto contigo, saber porque a lua me cativa tanto como tu, e saber porque e que um mero e simples ser humano consegue cativar tanto o meu pensamento, como consegues fazer-me sentir como alguém diferente, como alguém que quer a tua atenção acima de tudo, como se a tua atenção fosse o que me faz viver, o que me faz respirar, sobreviver durante o dia, durante vinte e quatro míseras horas, e durante isto tudo, eu continuo a vaguear no meu pensamento, pelos caminhos solitários e obscuros da minha mente, caminhando sozinho, apenas movido por um pensamento teu, por uma memória tua talvez, ou apenas uma esperança, e durante esta caminhada para o vazio da minha mente, eu vacilo e caio, e enquanto estou aqui deitado, tento sangrar, sentir, para saber se ainda estou vivo, para saber se ainda sou um ser humano, para descobrir no que me tornei, e finalmente para saber o que sou, se continuo igual, ainda preso no mesmo corpo, inutil e incapaz, um corpo preso a um pensamento, preso a uma esperança de ti, e controlado por uma ilusão, ilusão essa criada por uma esperança tua, por isso continuo aqui sentado, a ver o luar, hipnotizado por um luar que me lembra remotamente de ti... com esta angústia, com esta solidão, e ja nem sei quanto tempo passou desde a última vez que olhei para o relógio, ouvi alguém dizer que esta dor ia passar, não sabe o que custa estar aqui sem ti comigo, odeio sentir-me assim, sozinho, sem ti aqui, todos os meus dias passaram a ser cinzentos, iguais, e vazios, ontem, antes e amanha serão iguais, és o lápis colorido que pinta a minha folha de papel, branca e vazia, preciso da cor que me dás, preciso de ti nos meus sonhos, preciso que assombres os meus sonhos com a tua presença, preciso de ser livre de tudo isto..(para  a Samantha Luis )