quinta-feira, 18 de agosto de 2011

estado de espirito



já passou algum tempo desde que te vi, muito, demasiado, talvez seja impressão minha mas também talvez seja pelo facto de uma minuto parecer um ano, pelo menos quando não estás comigo, e juro que quando estou contigo, quase que vejo tudo a passar-se a minha frente, como se eu estivesse parado no tempo, parado neste silêncio ensurdecedor, num silêncio que me consome a alma, num desejo que no meio deste silêncio a tua imagem aparecesse no meu pensamento, apenas a tua expressão, a maneira como os teus lábios ficam quando tu sorris, quando ris a gargalhada, a maneira que tens de me fazer rir, e eu sem saber o porque disso, eu odeio o quanto gosto de ti, odeio mesmo, odeio o teu cabelo, os teus olhos, os teus labios e ate o teu sorriso, odeio isso tudo, mas, pelo facto de isso tudo me fazer sentir saudades tuas, saudades das tardes passadas na praia, ou no cafe, tu a dizer coisas estupidas para fazer rir quem quer que seja que esta a tua volta, és perfeita por natureza, um ser superior que não pode nem nunca vai poder ser comparado comigo, um mero mortal, que vagueia pelas profundezas da minha própria mente, hipnotizado pela tua grandeza, pela tua mera existência, pela tua capacidade de ser tao grandiosa, pela tua beleza exterior, tanto como interior, e pela tua distinção destes seres comuns, e obsoletos, e aqui estou eu novamente sentado no jardim, o meu local preferido, a minha zona de conforto, olhando para o céu, à espera que chova, à espera de algo tão perfeito como as gotas de água a cair do infinito cinzento para o qual eu olho em transe, no qual eu vejo a tua imagem estampada, o qual me dá conforto, e o qual me dá paz, coisa que neste mundo poucos conseguem atingir, coisa essa que eu atinjo sem sequer aperceber-me, quase como que automáticamente, não me considero de maneira nenhuma um ser superior, eu sou, sim, um ser diferente, algo de outro mundo que foi deitado, desprezado neste canto do universo, sentado na relva, à chuva, no meu estado de transe, na minha zona de conforto, sentindo calmamente cada gota, como se estivesse fora do meu próprio corpo e conseguisse sentir tudo a minha volta, como se conseguisse, ser tudo o que o ser humano foi feito para ser, como se conseguisse ser livre. (dedicado a nicola, porque ela quer ser menos humana, tal como eu)

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