segunda-feira, 13 de junho de 2011

cicatrizes..

Esta noite vou para a beira-mar e olhar para o céu, como fazíamos os dois, apenas para lembrar-me de ti, lembrar-me do que sentia quando estávamos juntos, simplesmente olho para o céu, acho que isto agora tornou-se um hábito, porque tu em tempos fizeste parte de mim, passaste para mim as tuas manias, os teus hábitos, a mania que tinhas de me acordar cedíssimo porque querias passear logo pela manhã, a maneira como tu te deitavas no meu colo enquanto víamos filmes durante a noite, já para não falar de como tu olhavas para mim quando querias atenção, quase fazias birras infantis, apenas por quereres um beijo ou um abraço meu. Não tinha qualquer intenção de o fazer, mas infelizmente, fi-lo, habituei-me a maneira parva que tínhamos de viver juntos, e infelizmente passei a ser dependente da maneira como tu me fazes sentir bem, tranquilo e feliz, da maneira sensual como me segredavas tudo o que te passava na cabeça, nessa cabeça louca e cheia de coisas depravadas, da maneira como me puxavas para a tua beira e me abraçavas com mais força de cada vez que alguma rapariga se aproximava de mim, chama-me o que quiseres, pensa o que quiseres também, mas estou tipo máquina, não consigo sair desta rotina, pareço um cão que se sente abandonado, e ignorante, espera o regresso do seu dono, pacientemente, e inutilmente, mas este velho cão espera inutilmente, por alguém que não vai voltar, por uma esperança perdida que simplesmente perdeu a chama, e isto é tudo culpa tua, sabes que mais? deixa este cão sozinho e sossegado, porque esta agonia, são apenas sentimentos apagados, que já não tem sentido nem razão de existir...

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